Algo está mudando em Piracaia!
- Ricardo Falzetta

- 24 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2024
Já não é de hoje que se percebe um desejo de mudança na cidade, e a cada dia há mais indicativos desse movimento…
Assa-peixe é a primeira planta a ocupar o pasto em um nível arbóreo mais elevado, atrai abelhas na sua floração, dispersa sementes e se alastra rapidamente; assa-peixe é um arbusto nativo e endógeno da nossa região. Em terra devastada, ele se reproduz rapidamente e fornece um ótimo ambiente para as abelhas polinizarem. É o que desejamos com este jornal. Realimentar, nutrir, proliferar rapidamente, estimular e proporcionar engajamento coletivo da população na vida e nas decisões da nossa cidade-colmeia.
O Jornal Assa-Peixe é uma resposta a uma demanda por mudança que já se percebe há um bom tempo na cidade. Precisamos de regeneração, mudança, polinização. São objetivos de qualquer organismo que esteja degradado. E é assim que vemos Piracaia atualmente, uma cidade com potencial ambiental imenso, mas com uma quantidade imensa de pastos degradados, que necessitam de cuidado. Talvez, o nosso maior desafio seja exatamente esse: o de descobrir onde a cidade necessita refletir, observar e criticar; onde, enfim, a população precisa ser informada, para poder estar ativa. Em outras palavras, sentimos falta de um jornalismo que nos ajude a ver.
O jornal, você vai perceber, não nasce pronto. A intenção é construí-lo coletivamente. Nessa primeira edição, artigos escritos por lideranças comunitárias da cidade dão o tom inicial. Mas pretendemos ter seções temáticas, espaços para a manifestação de cada bairro da cidade, uma página com tirinhas… Nesta edição, as contribuições apontam para o futuro de muitas maneiras, em análises e depoimentos que discutem temas, causas e principalmente os trabalhos que se desenvolvem em Piracaia. Chamamos a atenção para a oportunidade única de observar como estamos envolvidos em um conjunto muito interessante de preocupações de cidadãos, cidadãs, movimentos sociais e instituições: com a agroecologia, com os animais, com as bibliotecas, com a cultura popular, com as escolas, com a infância, com a leitura, com a memória, com a representatividade das mulheres, com pedagogias alternativas e com a saúde mental. Essas são as palavras-chaves desta edição.
Desse modo, começamos o jornal dando visibilidade ao que já é feito, agradecendo imensamente aos nossos primeiros colaboradores voluntários.
O que estamos testemunhando em Piracaia parece ser algo historicamente recente, algo que vem surgindo aos poucos, ano após ano. Pessoas nascidas em nossa cidade se unindo a pessoas vindas dos grandes centros urbanos, tornando o palco da vida pública algo cada vez mais ocupado e discutido de forma organizada. Temos a oportunidade de dar uma resposta a tudo o que vivemos e sofremos desde antes da pandemia, a um tempo de despedidas doídas e sinceras, de medo, indignação e paralisia. Aos poucos, estamos encontrando a saída de um beco que parecia não ter saída.
Assim como a planta assa-peixe, queremos ter esperança de que somos muitas pessoas espalhadas pelo município e de que temos voz; esperança de que, se nos unirmos, podemos proporcionar ainda grandes mudanças na esfera pública e fazer com que Piracaia pertença ao povo que aqui vive. As maiores mudanças, com certeza, só dependem de nós.
Aqui fica o convite genuíno de um espaço de escrita e de escuta.
Sejam muito bem-vindas e muito bem-vindos. Leiam, entrem em contato, compartilhem e nos ajudem a polinizar.
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